11 março 2005

dos três mundos e eu

Segundo Papus (e, de certa forma, toda Filosofia Ocidental - os filhos de Platão), todo o universo está dividido em três mundos: o mundo dos princípios, o mundo das leis e o mundo dos fatos. Esses três mundos estãos dispostos hierárquicamente seguindo a ordem acima (do maior ao menor) e nos revelam a idéia de que um princípio gera leis e uma lei gera diversos fatos. Um único princípio pode gerar diversas leis quando se aplica a realidades diferentes. Por exemplo, o princípio do magnetismo gera ao mesmo tempo a lei da inércia e a da gravidade. A mesma coisa acontece na relação entre leis e fatos. A maçã cai na cabeça de Newton, eu não consigo levantar voô após um salto, um carrinho de rolimã desce ladeira abaixo - três exemplos de fatos derivados da mesma lei.

Confesso que me é sensível essa idéia dos três mundos e nela acredito. Porém, muito me irrita quando as pessoas acreditam (e elas realmente acreditam) que podem prever os resultados (os fatos) por conhecerem as leis que os regem. E disso sai um mundarel de formulas mágicas para todo tipo de interesse: manuais para o amor, teorias da comunicação, regras para se ganhar na loteria, todos os manuais de etiqueta e, principalmente, livros de auto-ajuda. Todos acreditam possuir controle da situação e, dessa forma, ignoram um fator muito importante: o resto do mundo. As pessoas acabam simplificando tanto o universo que realmente chegamos acreditar que as mudanças dependem de nós, que temos poder para conquistar aquele emprego, ganhar aquela menina ou (como é no caso do que me ensinam na faculdade) atingir eficientemente um cara que eu nunca vi e que, com todo o poder do meu achismo, acredito conhecer seus gostos e desejos. Pode parecer lindo viver nessa ilusão de controle e poder, porém o que consigo ver é somente o peso da cobrança que isso gera em nossos próprios ombros.

Honestamente falando, não podemos controlar a chuva ou o sol, então para que se preocupar? Eu vejo pessoas sofrendo por todo o lado por não obter os resultados que esperavam. O que ninguém percebe é que existem tantos seres e eventos influenciando cada momento nosso que não temos controle de praticamente nada em nossa vida. Atenção, isso não é um incentivo à falta de responsabilidade, mas sim um aviso ao exagero dela. Como eu costumo gritar pelos becos: "O objetivo da vida é se divertir!". Por isso, pare de tentar controlar tudo e viva uma vida mais randômica. Taí... objetivo de hoje: "Viver uma vida mais randômica".