02 maio 2005

- Professora, aqui está meu texto.
- Ok, mas cadê as citações?
- Como assim?
- Em que autor você se baseou?
- Bem, nenhum acho. Eu li algumas definições de arte, no wikipedia e também do Scott McCould, mas o que está escrito é o que eu penso.
- Então eu não posso ler isso.
- Mas, porque não?
- Mário, isso é empírico. Eu não posso ler um trabalho que seja empírico.

O texto foi atirado para o outro canto da sala por mim, furioso, que depois de ser acalmado por alguns amigos de classe, fui embora para casa ouvindo System of a Down no máximo.

"Science hás failed our world"

Eu sentia isso, muita raiva por todo conhecimento científico. Era esse maldito método que me impediu de ser ouvido. A forma foi mais importante do que o conteúdo. Se é seguir uma linha de pensamento (seguir, e não pensar ¿ sintam a diferença), digo que pela Cabala, a forma sem conteúdo, o Qlippoth, é o próprio diabo, são os demônios. Acho que desde muito tempo essa acéfala idéia moderna é vista como algo negativo. Não sou o primeiro.
Ela diz que não posso ser empírico, como se não houvesse conhecimento dessa forma, ou melhor, como se eu não tivesse autoridade para gerar conhecimento dessa forma. Desculpem-me, mas olhem a lista dos best-sellers de qualquer livraria, sei lá, os top-ten. Quantos deles não são criação livre de uma alma humana? Livre, eu digo, não de influências, mas sim, livres de um maldito cordão umbilical alienígena, que ao invés de nos alimentar, suga todo nosso fluído criativo. Imaginem então a vida seguida desse jeito. Imaginem como seria viver do modo teórico-científico.

Um rapaz anda pela rua quando topa com uma pedra. Ele então grita bem alto:
"Segundo xoxoxoxo, eu acabo de sofrer uma lesão em meu pé. E segundo yoyoyoyoyoyoy, isso dói muito."
Ou então:
"Oh Deus, Deus! Segundo zozozozozozo estou prestes a atingir o orgasmo."

Não é assim que desejo viver.

Mas então, é como EU sempre digo:
"Um vírus só ataca por dentro."