12 abril 2005

Blindness

Estou no banco, mais uma segunda-feira. Não as odeio. Também não morro de amores por elas. Não sinto mais essa diferença de semana e fim de semana. Bem, pelo menos por enquanto. Deixa chegar quinta feira! Mas não é disso que pretendo falar (nem sempre conseguimos falar o que queremos, as palavras e os discursos tem vida própria), mas sim de algo que observei enquanto chegava aqui.

Junto a mim e o resto do pessoal no elevador tinha uma garota cega. Linda, muito linda e cega ("They let Lisa go blind.... but she was beautiful"). Ela usava um vestidinho estampado bem alegre e colorido bem ao estilo "neo-camponesa" e um par de óxulos escuros que, ao invés de destruir o visual, só o deixava mais interessante. Enquanto ela entrava no elevador com sua bengala (ou guia... acho que o certo é guia) em uma mão, notei seu celular na outra e com isso uma grande surpresa: o celular tinha uma câmera imbutida!

Não pensem eu se trata de humor negro, mas podem rir do ridículo que isso foi. Qual a necessidade que um cego tem de uma câmera digital. Alguém pode levantar a mão e dizer que ela pode tirar fotos das coisas, pessoas e lugares p'ra que outras pessoas possam identificar. "Então, eu fui nesse lugar ontem, ou, esse que é o Chiquinho, se você o ver, me avise". Mas acho pouco provável.

Alem do mais, não acredito que ela consiga enquadrar muito bem.