24 novembro 2005

Boa Ação

Hoje eu saí de casa um pouco atrasado. Peguei o Pça da Sé, como de costume, e lá na Sé, me dirigi até o ponto do Div. Diadema. O ônibus já estava lá, como eu já esperava, e já era hora de partir. Apressei o passo, mas não corri. Estava muito calor e eu não tinha nada, a não ser um potinho de sorvete de chocolate, no estômago. Quando eu estava quase chegando, vi o ônibus sair do lugar e comecei a correr. Como eu já disse, correr não era algo que eu queria fazer, mas agora o meu desejo de chegar no trabalho no horário era maior (e eu odeio pegar o metrô). Então eu corri, e tive um pouco de sorte, pois o ônibus naõ havia se movido muito, apenas havia sido jogado para a esquerda, esperando um caminhão passar para continuar seu caminho. Eu corria e me desviava das pessoas, a mala fazendo seu papel de pesar e atrapalhar os meus movimentos e as pessoas o seu de labirinto movel. Quando eu estava quase chegando ao rabo do ônibus, esse finalmente se moveu. "Merda", mas não tanta merda assim, o farol estava fechado e ainda dava tempo de pegá-lo. Corri mais ainda e corri desesperado, o farol podia abrir a qualquer momento, e todo meu esforço seria em vão. Quem me conhece, ou seja, nem eu mesmo, sabe que eu odeio me dedicar a algo sem retorno (apser d'eu raramente demonstrar a frustração. Talvez por orgulho), por isso eu não podia perder aquele ônibus. Rabo do ônibus. Metade do ônibus, eu já via o cobrador e a porta estava a alguns passos de distância. Finalmente, a porta! Nem tive tempo de tentar recuperar o fôlego, minha mão já estava trabalhando, batendo contra o vidro e meus olhos pedindo piedade. O motorista sabia o que eu queria, ele conhecia esse pedido, era o momento de maior poder - o único, para falar a verdade, de sua profissão. Ele não precisava abrir, e o que percebi então, é que ele provavelmente não o faria caso meus olhos não estivessem tão presos aos dele. Ele tentou me ignorar, olhando para a frente, mas falhou. Ele então percebeu que se não concedesse meu desejo, eu poderia chutar a porta, atirar uma pedra, telefonar, ou simplesmente marcar a alma dele com um olhar tão frio, que ele teria dificuldade de dormir naquela noite. Ele abriu a porta, mas não porque era solidário a minha causa, ou alguma causa, e sim porque ele não podia fugir. Eu estava lá, mas se eu não chegasse a tempo, e ele percebesse eu correndo em sua direção, provavelmente seguiria seu caminho, tendo o único prazer que sua vidinha medíocre permitiria.

Boa ação? Claro que não.


[I wish i had a goat, i hate everyone, i hate everything, say sandwich, don't look at it!, do you like burritos?, pasta in a cup, i stole a salt shaker and filled it with sugar, i have an itch, i can fit that bush in my shirt, thursday?, mexico head, tuesday, creepy elevator guy, i opened the diet coke can after i saw her shake it, this should be illegal, you're touching me!, don't touch me!, it's not an assembly until i take off my shoe, it's cold in here, i have a ketchup collection in my car, i like beans, i want to kick everyone!, i want to wound your flesh, i am an albino ninja, i am a vampire, being a vampire is like having a permanent hangover, that's not mine, mine!, give me that!, everything is stupid, why do my feet smell so badly?, ?hypocrite! Ok, i think that's it. have a nice day.]

2 Comments:

Anonymous Anônimo disse:

lembra do seu post sobre o "contador de histórias"? pois é
todo mundo pode por um pouco (ou MUITO) drama em coisas corriqueiras, uns melhores que os outros (=

sexta-feira, 25 novembro, 2005  
Blogger Mário Henrique disse:

É, mais no meu caso (além de mal contado)eu não enalteço o meu lado da história... eu não viro um super-herói.

sexta-feira, 25 novembro, 2005  

Postar um comentário

<< Home