O Magista do Caos
- Mas, o que eu faço? disse desesperado.
- Me conquiste.
Madrugada de sexta para sábado, o chão ainda molhado pelo chuva e eu sentado no chão da calçada próximo ao bar onde estava. A briga tinha sido feia e eu não sabia onde a coisa toda ia acabar. Entrei novamente no bar e aguardei na mesa até ele voltar. Estava vendo a banda que tocava no outro ambiente e voltava todo animado:
- Tá ouvindo aquele som, mano? É só uma guitarra e uma bateria.
- É.
- Bem louco, não?
- Cara, vamos dar uma volta?
- Porra, as coisas pioraram?
- É.
- Vamo aê cara.
Nos despedimos de um outro cara que estava conosco. Ele também usava uma aliança de compromisso. Pensei em dizer meus pêsames, mas segurei a língua. Nós íamos para a praça, nosso local sagrado. Templo de conversas, viagens, momentos mágicos e dramáticos. Só agora, quando escrevo isso que me liguei: foi lá que o namoro começou.
Seguindo em direção a praça, passamos por um motel. Olhando para os muros do motel, vi um gato preto, lindo. Ela sempre quis um gato e eu nunca cogitei a possibilidade de termos um. Mas... Então eu estendi a mão ao gato, esfregando o dedão no médio e indicador, sussurrando esses com a boca, chamando o gato em minha direção. Ele começou a se aproximar, mas logo se assustou e se atirou entre as grades, entrando no motel. O gato havia fugido.
Continuamos nosso caminho, mas minha mente ainda estava com o gato. A idéia era perfeita. É claro que teríamos que conversar muito ainda para resolver os problemas, mas um gato era um gato oras. Não. Eu não estava pronto para desistir tão fácil assim eu queria o gato pra mim. Eu teria o gato, ou pelo menos não desistiria tão fácil assim. Eu parei a caminhada. Virei para ele e disse:
- Me arruma o gato.
Ele me olhava atônito.
- É cara, me arruma o gato. Você não é o Fodão do Caos, porra, me arruma o gato.
- Mas, cara...
Então ele percebeu que não tinha como não tentar. Ele sabia as minhas expectativas para o gato. Ele sabia o quanto era importante para mim e, principalmente, sabia que eu não ia arredar o pé.
Foi então que a gente começou a se aproximar do portão da garagem. Eu disse: "você não tem a menor idéia do que vai fazer, não?", mas tentei ter fé de que ele soubesse. Continuamos nos aproximando e então o portão da garagem começou a abrir. Eu me senti no "Porta da Esperança" devido a sincronia da porta com nossos passos. Dentro da garagem estava o gato e um pouco mais afastado havia um carro se preparando para sair. Juntei minha coragem e me aproximei novamente do gato. Este hesitou por um momento, mas acabou fugindo novamente. Ainda desesperado, voltei me para a atendente que trabalhava no guichê de saída do motel e disse:
- Me arruma o gato.
- Mas ele é daqui, foi o que ela respondeu.
- Tudo bem, obrigado.
- De nada.
Eu olhei para ele, frustrado, mas mesmo ainda descrente de que aquilo tudo havia acontecido. O pior de tudo foi ter chegado tão longe para não atingir o objetivo. Foi então que ele me explicou:
- Existem outras forças em jogo, não apenas a nossa. E, sem falar que, o gato já tinha dono.
Seguimos o nosso caminho, conversando, e, em menos de meia hora, chegamos à praça.
- Me conquiste.
Madrugada de sexta para sábado, o chão ainda molhado pelo chuva e eu sentado no chão da calçada próximo ao bar onde estava. A briga tinha sido feia e eu não sabia onde a coisa toda ia acabar. Entrei novamente no bar e aguardei na mesa até ele voltar. Estava vendo a banda que tocava no outro ambiente e voltava todo animado:
- Tá ouvindo aquele som, mano? É só uma guitarra e uma bateria.
- É.
- Bem louco, não?
- Cara, vamos dar uma volta?
- Porra, as coisas pioraram?
- É.
- Vamo aê cara.
Nos despedimos de um outro cara que estava conosco. Ele também usava uma aliança de compromisso. Pensei em dizer meus pêsames, mas segurei a língua. Nós íamos para a praça, nosso local sagrado. Templo de conversas, viagens, momentos mágicos e dramáticos. Só agora, quando escrevo isso que me liguei: foi lá que o namoro começou.
Seguindo em direção a praça, passamos por um motel. Olhando para os muros do motel, vi um gato preto, lindo. Ela sempre quis um gato e eu nunca cogitei a possibilidade de termos um. Mas... Então eu estendi a mão ao gato, esfregando o dedão no médio e indicador, sussurrando esses com a boca, chamando o gato em minha direção. Ele começou a se aproximar, mas logo se assustou e se atirou entre as grades, entrando no motel. O gato havia fugido.
Continuamos nosso caminho, mas minha mente ainda estava com o gato. A idéia era perfeita. É claro que teríamos que conversar muito ainda para resolver os problemas, mas um gato era um gato oras. Não. Eu não estava pronto para desistir tão fácil assim eu queria o gato pra mim. Eu teria o gato, ou pelo menos não desistiria tão fácil assim. Eu parei a caminhada. Virei para ele e disse:
- Me arruma o gato.
Ele me olhava atônito.
- É cara, me arruma o gato. Você não é o Fodão do Caos, porra, me arruma o gato.
- Mas, cara...
Então ele percebeu que não tinha como não tentar. Ele sabia as minhas expectativas para o gato. Ele sabia o quanto era importante para mim e, principalmente, sabia que eu não ia arredar o pé.
Foi então que a gente começou a se aproximar do portão da garagem. Eu disse: "você não tem a menor idéia do que vai fazer, não?", mas tentei ter fé de que ele soubesse. Continuamos nos aproximando e então o portão da garagem começou a abrir. Eu me senti no "Porta da Esperança" devido a sincronia da porta com nossos passos. Dentro da garagem estava o gato e um pouco mais afastado havia um carro se preparando para sair. Juntei minha coragem e me aproximei novamente do gato. Este hesitou por um momento, mas acabou fugindo novamente. Ainda desesperado, voltei me para a atendente que trabalhava no guichê de saída do motel e disse:
- Me arruma o gato.
- Mas ele é daqui, foi o que ela respondeu.
- Tudo bem, obrigado.
- De nada.
Eu olhei para ele, frustrado, mas mesmo ainda descrente de que aquilo tudo havia acontecido. O pior de tudo foi ter chegado tão longe para não atingir o objetivo. Foi então que ele me explicou:
- Existem outras forças em jogo, não apenas a nossa. E, sem falar que, o gato já tinha dono.
Seguimos o nosso caminho, conversando, e, em menos de meia hora, chegamos à praça.