31 março 2005

SPAM!!!

Eu já recebi SPAM de tudo quanto é jeito, até no celular, mas agora foi demais. Recebi um SPAM nos comments do meu blog. Se liguem (falei no plural, uia! pra parecer que muitas pessoas leem esse blogue):

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Moren@ Email
Homepage 30-03-2005 21:11:24


Lindo né? Daqui a pouco os SPAM vãoo invadir tudo, os livros, roupas, móveis e, finalmente, os sonhos. Imaginem só, você sonhando que está comendo a sua professora do primário gostosérrima (ideia fortemente inspirada na mente doentia do Tadeu) e derrepente SPAM (não esse SPAM que você imaginou, mas sim aquela menságem não desejada de vendas). É foda, mas não duvido!

 

30 março 2005

Um Pouco Sobre Justiça

O ideal de um homem, ou o homem ideal, é ser justo. A justiça nada mais é do que a capacidade de diferenciar as coisas e atribuí-las diversos valores e pesos. Justiça de nada tem a ver com bondade. Aliás, a bondade em excesso é um vício tão grande quanto a maldade em excesso (e isso também vale para o oposto). Um homem justo nunca é bondoso ou maligno aos seus próprios olhos, ele somente é justo. Como uma calça que não nos aperta, nem nos sobra.

Assim é a justiça, sem glórias e nem vaias. A justiça é exata, matemática. Nada mais "justo" do que usar uma balança para representá-la.

Como não existem valores universais, como não existe um sistema justo - algo que seria decerto impossível -, o homem se utiliza do bom senso (mesmo que para ele esse bom senso signifique ignorar sua capacidade de julgar e seguir as regras pré-estabelecidas: a lei) para atingir a justiça. O problema acontece no momento em que todos acreditam possuir este bom senso, como já apontava Descartes:

"O Bom Senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm."

O bom senso não passa de tato. Do olhar e compreender a situação. Fazer se parte dela sem perder a imparcialidade. Justiça, ao final, não passa de dar oportunidades iguais. Doa a quem doer.

 

22 março 2005

numa ruazinha próxima à Praça da Sé












honesto, puro e verdadeiro.

bexiga murcha

...escrito em 19.03.05...

Cara, tô tristinho! Não é nada demais, só o efeito bexiga (balão de festa) murcha. Sabe quando acabamos de viver momentos tão bons e, de repente, estamos sozinhos e, de alguma forma, impotentes? A sensação é muito parecida com a de uma bexiga murcha, que ja esteve outrora cheia de ar, mas se encontra vazia no momento. A bexiga murcha, além de vazia, também está deformada, decadente, violentada e impossível de voltar a sua forma original - também vazia, mas muito menos sofrida. Nesses momentos bate um desespero e uma vontade muito forte de sair deste estado flacido e desprezível. Um estado em que se contempla toda a frieza da vida. É claro que meu caso é apenas um protótipo, um rascunho desse tipo de sensação, mas não duvido que seja esse vazio - em escalas maiores (no melhor estilo bola de neve quando algo ínfimo se torna grande o suficiente para não mais podermos controlar) - seja o responsável por suicídios ou outras respostas desesperdas.

Neste momento estou num ônibus em direção à Itanhaém, lá não sei o que me espera além de uns poucos bons amigos. Após ter expressado meus sentimentos nesta poucas palavras, sinto-me melhor e consigo perceber um ponto positivo no estado de bexiga murcha. Ele - quando tratado em pequena escala por pessoas supostamente equilibradas (nunca realmente se sabe - sem sarcasmo) nos faz acostumar com a velocidade com que as coisas acontecem (e passam!) em nossas vidas. A bexiga murcha perdeo a virgindade que possuía quando nunca havia sido enchida. Ela foi maculada, e com isso, tornou-se maleável, amadureceu.
"Isto também passará", diz o anel do rei em um dos mais belos contos ue já ouvi. E agora eu sei que a falta do ar representa um hiato necessário, um momento de reflexão e balanço - e de possível agradecimento, para mim que sou católico.

 

19 março 2005

.:.bowling.:.

Imagine que você vai jogar boliche com seus amigos. Qual seria a probabilidade da bola, habilmente jogada na canaleta, seguir por ela até o local onde se encontra os pinos, quicar, acertar uma placar de madeira com o nome do estabelecimento, ricochetear, entrar no vão onde fica o letreiro luminoso informativo, acertar uma lâmpada incandescente, inutilizando a pista? Ontem, com a bola em minhas mãos, essa quase nula probabilidade, tornou-se real.


e viva o delinquente juvenil!


 

17 março 2005

Eu gosto quando os números do relógio digital dançam pra mim!

Muito ajuda quem não atrapalha

De todo o lixo cultural produzido ultimamente, o pior, de mais baixa qualidade e nocivo são os chamados livros de auto-ajuda. Esses supostos "manuais para uma vida melhor" conseguem, de tão ruins que são, destruir até a máxima que diz que se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Bem, eles vendem conselhos, mas isso não adiciona nehuma qualidade a esses. Quem já leu algum livro de auto-ajuda sabe do que estou falando. Pra mim, o grande problema dos livros de auto-ajuda é que eu mesmo poderia os escrever. A linguagem é chula e simplista, os ensinamentos são superficiais e óbvios (mas tratados como perolas ocultas de sabedoria) e a conclusão sempre é aquela de que você pode fazer tudo o que quiser (desde que se siga os "x" passos descritos no livro).

Num ataque de bobeira, comprei um livro chamado "Eu mexi no seu queijo", por pura tiração de sarro. Mas como sou um cara que leva o sarrismo muito a sério, e valorizo muito o meu (da minha mãe, nesse caso) dinheiro, resolvi dar uma chance ao livro. Terrível, só isso posso dizer. Desde que comecei a estagiar no Banco do Brasil, criei um hábito muito bom de leitura. Minha meta é terminar o ano com pelo menos 12 livros lidos (um por mês), e já estou com meio ano garantido (sem falar em tudo que terei que ler para a monografia). Já li Stephen King, Shopenhauer, Benitez, Hemingway entre outros, mas o único livro que ainda não consegui terminar foi o bendito do "Eu mexi no seu queijo". Hoje dei mais uma chance para ele, mas depois do que li, acho que vou deixá-lo como está. Sintam o drama.

Em certo momento, o autor começa a satirizar outros livros de auto-ajuda (pois afinal ele não está escrevendo um livro de auto-ajuda, mas sim criticando-os ¿ até parece) e se prende no ponto comum de todos eles no qual se falam sobre as inevitáveis mudanças da vida e como se deve adaptar a elas para ser feliz. Até aí, tudo bem, o problema é ao final do capítulo quando ele nos dá o grande ensinamento sobre como lidar com essas mudanças. Quem tiver estômago, leia:

"Este é o meu conselho sobre como administrar mudanças: deixe um potinho de vidro na bancada da cozinha para, toda noite, quando chegar em casa, depois de esconder as suas chaves, depositar as moedas de maior valor do dinheiro trocado. Sugiro que você doe as de menor valor para os necessitados, ou se livre delas jogando-as em cima do painel do carro. Sempre faço isso, o que talvez explique porque o rádio do meu carro vive sendo roubado. Meu bom amigo Chunko guarda as moedas numa velha meia de futebol, que deixa debaixo do travesseiro para sua própria proteção à noite. E olha que ele bem que precisa: sua mulher ainda não o perdoou por ele dar cantadas em mulheres de cara amarrada no supermercado.
Lembre-se: mudanças são inevitáveis, mas, a menos que você saiba lidar com elas, estufarão seu porta-níqueis, formando uma protuberância bastante antiestética nas suas calças."


Entenderam? Bem, confesso que de início também não, mas foi então que resolvi pensar no texto original (levando em conta que o tradutor seja tão idiota quanto o autor) e veio a resposta. Sim, como você já percebeu, mudança em inglês é change, a mesma palavra usada para trocado (comumente entregue em moedas). Então nosso grande sábio estava fazendo um dos trocadilhos mais sem graça de todos os tempos. Quando cheguei a essa conclusão, uma nova dúvida me invadiu: Seria o tradutor realmente um incompetente, ou uma alma bondosa, que percebendo o péssimo texto que possuía para traduzir, resolveu proteger o leitor de tamanha idiotice?

PS: Percebam que meu estilo não é muito diferente do estilo do autor. E isso obviamente é sinal de má qualidade. Porém, eu não cobro nada!

 

15 março 2005

23:23

Sempre senti grande prazer pelas tragédias (não estou falando em catástrofes... abaixe as pedras). Sacrifício, perda, solidão, busca, anseio. Em outras palavras: nobreza. Para mim o nobre, o superior, o ideal tem som de cornetas, tem gosto agudo e forte. Os extremos são muito mais apaixonantes do que o cotidiano. Porém é no íntimo do cotidiano, no âmago da monotonia que se encontra a maior das tragédias, dos dramas. A vida. É muito fácil evocar os deuses das paixões humanas em grandes contos épicos de batalhas, amores separados por forças além do controle humano ou na história de mártires. Difícil é sentir toda a dor e angústia de mais um dia de trabalho, de um olhar indiferente da pessoa amada, da dúvida infantil que nos corrói a mente e que inutilmente lutamos para ignorá-la por não a considerarmos adulta (madura) o suficiente para que nos incomode. Poucos foram os que conseguiram expressar esse sentimento em suas obras. Conheço poucos, Machado de Assis, Chico Buarque e agora acabo de descobrir mais um gênio: James Joyce. Acabo de ler Dublinenses, livro que peguei por acaso, sem nem saber do que se tratava (e não é assim que começam as grandes paixões?) e que, devo confessar, não gostei muito de princípio. Mas devo confessar que chorei, diversas vezes chorei ao sentir o grau de honestidade e sensibilidade com que aqueles contos foram escritos. Quem, como eu, tiver interesse nas epopéias cotidianas deve experimentar. James Joyce - ai está um bom companheiro.

 

14 março 2005

A poesia dá vida ao mundo
A essência do belo aprisionado na escrita
Do mais alto infinito ao obscuro fundo
Seu reino é o sensível, a sagacidade felina

Quebrando o certo, criando o improvável
Falando diretamente de alma a alma
Revirando as certezas do terreno imutável
Rejuvenescendo o menino, recriando a fauna.

Fruta sedutora chamada rima
Em corpo de mulher e olhos de menina
Convida-nos a beijar a Deus

E eu que nunca ousei ser poeta
Abraço a brincadeira neste dia de festa
E agradeço à poesia com estes versos meus

 

11 março 2005

dos três mundos e eu

Segundo Papus (e, de certa forma, toda Filosofia Ocidental - os filhos de Platão), todo o universo está dividido em três mundos: o mundo dos princípios, o mundo das leis e o mundo dos fatos. Esses três mundos estãos dispostos hierárquicamente seguindo a ordem acima (do maior ao menor) e nos revelam a idéia de que um princípio gera leis e uma lei gera diversos fatos. Um único princípio pode gerar diversas leis quando se aplica a realidades diferentes. Por exemplo, o princípio do magnetismo gera ao mesmo tempo a lei da inércia e a da gravidade. A mesma coisa acontece na relação entre leis e fatos. A maçã cai na cabeça de Newton, eu não consigo levantar voô após um salto, um carrinho de rolimã desce ladeira abaixo - três exemplos de fatos derivados da mesma lei.

Confesso que me é sensível essa idéia dos três mundos e nela acredito. Porém, muito me irrita quando as pessoas acreditam (e elas realmente acreditam) que podem prever os resultados (os fatos) por conhecerem as leis que os regem. E disso sai um mundarel de formulas mágicas para todo tipo de interesse: manuais para o amor, teorias da comunicação, regras para se ganhar na loteria, todos os manuais de etiqueta e, principalmente, livros de auto-ajuda. Todos acreditam possuir controle da situação e, dessa forma, ignoram um fator muito importante: o resto do mundo. As pessoas acabam simplificando tanto o universo que realmente chegamos acreditar que as mudanças dependem de nós, que temos poder para conquistar aquele emprego, ganhar aquela menina ou (como é no caso do que me ensinam na faculdade) atingir eficientemente um cara que eu nunca vi e que, com todo o poder do meu achismo, acredito conhecer seus gostos e desejos. Pode parecer lindo viver nessa ilusão de controle e poder, porém o que consigo ver é somente o peso da cobrança que isso gera em nossos próprios ombros.

Honestamente falando, não podemos controlar a chuva ou o sol, então para que se preocupar? Eu vejo pessoas sofrendo por todo o lado por não obter os resultados que esperavam. O que ninguém percebe é que existem tantos seres e eventos influenciando cada momento nosso que não temos controle de praticamente nada em nossa vida. Atenção, isso não é um incentivo à falta de responsabilidade, mas sim um aviso ao exagero dela. Como eu costumo gritar pelos becos: "O objetivo da vida é se divertir!". Por isso, pare de tentar controlar tudo e viva uma vida mais randômica. Taí... objetivo de hoje: "Viver uma vida mais randômica".