30 setembro 2006

E ai, beleza?

mais um texto gigante, filosófico e sem piadas óbvias (desculpe gente)

Entre todos os assuntos que escrevo (ou pelo menos, penso), meus favoritos são quatro: O Amor, A Verdade, Deus e o Caos. Para mim esses sempre foram os principais assuntos que deveriam ser compreendidos. Eles são os pilares do meu pensamento pois, a partir deles, todas outras coisas surgem. É interessante também perceber que eles quatro podem ser percebidos como diferentes facetas do mesmo. Todos eles falam a mesma coisa, porém de pontos de vista diferentes. Eu, até ontem, nunca soube dizer o que era isso que convergia os quatro assuntos em apenas um. Eu pensava apenas em uma idéia, um ideal, primário, mas não conseguia exprimi-lo de outra forma. Ontem eu percebi que o meu assunto favorito, aquele que une todos os quatro (e, por conseqüência, todos os outros) é a beleza.

De início achei um pouco estranho. A nossa concepção de belo é algo limitado e muitas vezes tende a algo fútil (na verdade, algo que acreditamos ser fútil). Para mim, por muito tempo, a beleza não passava de algo acidental, fruto do acaso. Por ser o mais alto valor, o ser humano busca o belo em si mesmo, pois deseja ser grande, e acaba repudiando a sim mesmo (e ao ideal de belo), pois confunde aparência com beleza. Devo confessar que existem pessoas que nascem belas e outras que não possuem tamanha sorte. A genética define alguns valores da pessoa, mas não é isso apenas que decide se ela é bela ou não.

Antes de continuar, vamos nos aprofundar um pouco no conceito de belo. A beleza não é algo [apenas] visível, mas sim puramente sensível. Os órgãos do sentido carregam informações para o interior do corpo, mas não as traduzem. A sensação de estar em contato com algo belo é divina. É uma sensação de elevação da alma, algo que nos faz sentir cada vez melhores e mais próximos de algo essencial. A beleza é o que nos aproxima de Deus. A aparência estética nos serve como um indicador de algo mais profundo, de uma beleza verdadeira, mas ela não é prova disso. Muitas vezes as pessoas que não são consideradas belas em um primeiro momento, se tornam cada vez mais lindas ao ponto que as conhecemos. A beleza não é apenas superficial e é isso que causa espanto em muitos, que se aproximam de pessoas consideradas verdadeiras beldades e descobrem que o encanto pela pessoa diminui a cada momento.

Outra coisa interessante de tomar nota está na diferença do ideal de beleza para o padrão de beleza. No primeiro está a manifestação do bom gosto e auto-conhecimento e no segundo, a falta de paladar e utilização do senso crítico. Cada pessoa diverge das outras em suas definições estéticas. Cada panela com sua tampa. Porém, como é comum, acabamos ignorando nossas opiniões em favor de uma opinião coletiva (e um busca por aceitação). Muitas vezes nem chegamos a descobrir quais são os nossos ideais estéticos, pois preferimos ser arrebatados pelas massas do que ter que defender uma opinião, nossa verdade. Conhecer seus gostos é conhecer a si mesmo. Conhecer a si mesmo é ser livre.

Existem pessoas que nascem belas e outras que nem tanto. Porém, ao se auto-conhecer e adequar todo o seu estilo (figurino, corte de cabelo, comportamento, grupo de amigos) à sua personalidade, essa pessoa se torna cada vez mais bela. Exemplo clássico disso é o Alessio, que fica cada vez mais bonito ao passar dos anos. A verdadeira beleza é contagiante e deixa tudo ao seu redor mais belo e mais vivo. A beleza é aconchegante, é amorosa ao mesmo tempo que é explosiva e invasiva.

Para que não pareça que me refiro apenas a beleza das pessoas, deixo aqui claro que a beleza é uma característica de qualquer coisa concebida ou imaginada. Somos criação e criadores e, sendo o segundo, temos o dever trazer a beleza das profundezas do não-manifesto, trazendo-lhe a vida. A beleza é o que nos torna melhores e criar o belo é a tarefa mais importante do indivíduo. Arte é toda e qualquer manifestação do belo, não importando a técnica. Não vou perder meu tempo pré-ocioso discutindo isso. Pois, afinal, é apenas minha opinião. Ser um artista é buscar a essência do belo, roubá-la (como fez Prometeu) e distribuí-la aos homens, tornando-os mais próximos dos altares celestes e do panteão. Devemos todos, então, tornarmos cada vez mais artísticos e menos eficientes. Que o único objetivo de nossos atos seja algo superior e não imediatista. Devemos também aprender a sonhar, pois são nos sonhos que entramos em contato com nosso verdadeiro, e caótico, eu.

Por hora é isto que eu acho.

PS: Se depois eu tiver saco pra isso, volto e deixo esse texto mais coerente (todo mundo sabe que isso não vai acontecer, né?)


Explodingdog - I promise i will go to sleep now

 

25 setembro 2006

O Menino e seu Quarto

Era uma vez um menino e seu quarto (o que ajuda bastante na coerência do título com o resto do texto). Como essa história se passa nos dias atuais, sabemos a importância que seu quarto tem para os jovens. Passamos a maior parte do nosso dia lá (quando não trabalhamos) e, quando estamos longe dele, desejamos voltar. Deve ter algo a ver com o útero, ou coisa do tipo, realmente não importa. O que é preciso entender é que o menino e seu quarto eram muito ligados. O menino sempre foi bastante tímido (apesar de esconder isso) e carente (algo que ele não disfarçava tão bem), e por isso ele passava longos períodos em seu quarto pensando sobre o amor. Ele sonhava com os dias que passaria com sua amada (as diversas meninas que se apaixonara, mas nunca revelava) e sofria, ou ria, mas sonhava e, para ele, isso bastava. Ele também passava alguns momentos sozinho com sua mão e seus lençóis. Algo bastante solitário, mas que lhe parecia ser a única solução.

Encaremos os fatos, o menino era um nerds, punheteiro e bundão demais para xavecar uma menina. Mas para seu quarto, seu grande amigo, ele era um rei. Um rei injustiçado que merecia viver seus dias de glória.

Não sei dizer como foi que aconteceu, alguns dizem que o quarto foi construído sob um abatedouro indígena, mas nada foi comprovado. Não existem explicações, mas o fato é que o quarto do menino resolveu ajudá-lo. E essa mistura de Christine/Cemitério Maldito, pareceu realmente funcionar.

Foi estranho para o menino, quando isso aconteceu pela primeira vez. Ele, tão tímido, quando levava alguma garota para seu quarto, acabava transando. É, simples assim. Se ele estivesse ficando com a garota e fosse mostrar um gibi em seu quarto, eles acabavam transando. Não adiantava pensar de outra forma: acontecia e ponto. No começo ele achou que eram as garotas que queriam fazer isso. Depois começou a pensar que era devido seus pais não atrapalharem nada. Por último, com seu ego começando a inflar, acreditou ser ele o catalisador disso tudo. Pois, se ele quisesse e arranjasse lugar, aconteceria. Mas ele estava enganado, era seu quarto o responsável por tudo isso.

Normalmente, nesta parte da história, algo ruim aconteceria. Provavelmente seu quarto se voltaria contra o menino e ele acabaria castrado, ou a casa pegaria fogo e um grande incêndio começaria, mas não. Nada de ruim aconteceu e o menino continuou a ser muito feliz com seu quarto. A explicação pra isso é óbvia: O quarto foi um presente de Deus, pois, Deus também é nerd. Afinal quem mais, além de um nerd, inventaria a física, a química e a matemática e ainda teria uma coleção tão grande de bonequinhos?


Explodingdog - you guys make me happy

 

24 setembro 2006

Harvest of Sorrows

Então finalmente saiu oficialmente o novo cd do Blind Guardian. Para comemorar os caras gravaram um especial na AOL da Alemanha (German America On Line?). Decepcionante. Das quatro músicas que tocam, apenas uma é do novo cd, todas são baladas e ele desafina até na porra da Bard's Song. Eu adorei o novo cd do Blind, como muitos sabem, mas pelo jeito o show deles aqui no Brasil vai ser a mesma merda que foi os outros. De que adianta criar peças maravilhosas se não conseguem executar? Escreveu, não leu...

Então eu acabo caindo no erro de sair em busca de informações sobre outras bandas que gosto e eis que descubro que o novo cd do Gamma Ray sai ano que vem. Whooohoooo. Finalmente uma boa notícia. Então eu vejo que o título já está decidido: Land of The Free part II. PUTAQUEPARIU! Filhos de uma quenga virgem! Porque diabos as bandas insistem nessa merda de ressucitar os grandes sucessos do passado? O Rhapsody (of Fire) lança o Symphony of Enchanted Lands part II, o Queensrysche o Operation: Mindcrime II, o Helloween sai com Keeper of the Seven Keys: The Legacy (pois a parte 2 já existia). Cara, eu até me conformava com essas bandas fazendo isso. Todas elas estão decadentes e realmente precisam revisitar o passado para ter sucesso, mas o Gamma Ray está numa das melhores fases da carreira. Porra, os caras estavam cada vez mais originais, cada vez mais criativos e, de repente, resolvem voltar para o que fizeram em 1994!

Oh, Discórdia!

 

19 setembro 2006

A Piada Mais Engraçada do Mundo!

- Venn ist das nurnstuck git und Slotermeyer?
- Ya! Beigerhund das oder die Flipperwaldt gersput!




sim, chegou!

 

18 setembro 2006

Down and depressed and everything less.

[edit]: todo mundo se sente um bosta, um dia.

 

14 setembro 2006

Podem até tirar barato...

...Mas só o que é caro, é caro.

 

13 setembro 2006

Antz

Bem rapidinho:

Tô me preparando pra sair quando me lembro de comer alguma coisa (mesmo que forçado). Vou até a cozinha e resolvo cortar uns pedaços de presunto pra comer com pão. A tábua de carne está logo ao lado, cheia de formigas. Eu a pego e passo debaixo da corrente de água que sai da torneira. As formigas morrem, mas, com certeza, algumas delas escapam na hora em que levanto a tábua.

Então eu fiquei viajando:

Se as formigas tiverem algum tipo de comunicação e sociedade parecidas com a nossa, essas formigas que se salvaram provavelmente espalharão sua história para as outras. Elas serão aclamadas como heroínas ou, o que seria muito pior, escolhidas de Deus (o Grande Deus Formiga Velhote, sentado no trono do maior formigueiro do Universo). Se as formigas forem algo parecido com os homens, eu apostaria na segunda possibilidade. Alguém consegue imaginar as conseqüências disso em longo prazo? O número de seguidores da formiga escolhida por Deus? Suas pregações e conclusões? Alienação rolando solta por aí? E tudo o que aconteceu foi que um cara queria fazer um sanduíche.

É, às vezes eu penso nisso...


Explodingdog - i'm sorry it got so wierd

 

07 setembro 2006

Narciso revisited

No banheiro da casa da minha vó, onde morei dos 5 aos 6 anos, tinha um espelho na parte de cima da parede do banheiro. O espelho era inclinado para frente, fazendo com que qualquer retardado que olhasse para ele, conseguisse se ver refletido. Uma das coisas mais engraçadas acontecia quando a Chulica (meu primeiro cachorro) olhava para ele.

Quando eu era pequeno, eu não entendia porquê os cachorros ficavam todos estressados e raivosos quando viam seu reflexo no espelho. Tempos depois eu percebi que eles não se reconheciam nas imagens refletidas no espelho; que para um cachorro, aquela imagem não é ele, mas sim um rival, alguém que está em seu território e encarando-o (o que é pior).

Cabei de cordar e fui fuçar na net. Sendo bem honesto, fui procurar vestígios de Pelullo pelos cantos da rede. Será que tem e-mail? Post novo? Scrap? Foi então que entro no Fotolog dela e me deparo com uma foto que parece ter sido tirada em um beco de Londres: ela abraçada com um cara e o folgadão encarando o fotógrafo (ou quem vê a foto, nesse caso, eu). Fiquei nervoso. Ela está longe, lá na praia e eu aqui encarando o primeiro fds sem se ver e tem foto dela com outro macho no fotolog.

Nem preciso dizer que era eu mesmo na foto, né? O pior é que estou usando a mesma blusa da foto neste momento.

É, Chulica, quem diria?

 

05 setembro 2006

Evitando gastrites

- Aê Banin, vamos perder feio.

Não foi uma afirmação entristecida, mas um pedido entusiasmado. O jogo era sinuca e a outra dupla era a invicta Quinho e Rodolfo.

- Mas eu gosto de jogar. Foi o que ele respondeu.

- Tudo bem então, mas vamos perder.

Ganhamos. Ganhamos alegremente e posso dizer que foi a vez que melhor joguei em toda minha vida. Acho que isso ensina bastante sobre a vida, não?

Desista.


Explodingdog - you were always the wise one

 

02 setembro 2006

A "New" Twist In The Myth

Lembram disso? Então, agora podem pegar aqui também. Porém, sem achar que está ficando louco por ouvir vozes.

Ah, e tem bônus também!

The Biggest Asshole

Eles acabaram de sair daqui. Banin, Quinho e Felipe. São 4 e 23 na madruga. Não foi nada programado, mas acabou que eles vieram para cá, um de cada vez, e jogamos um jogo de cartas, chamado Bang, que o Banin importou dos EUA.

Certa hora minha mãe apareceu com Coca-Cola e um balde de pipocas. Não podíamos comer, ia sujar as cartas. Eu não fui extremamente delicado ao dizer isso à minha mãe. Mas, para quem já viu como eu as vezes sou rude com ela, fui um anjo. Não dava mesmo para comer. O jogo havia demorado meio mês para chegar no Brasil, havia custado mais de 60 reais (fora frete) e era a rodada de estréia dele. Minha mãe ficou meio desapontada e disse que havia estourado dois pacotes de pipoca. Ela largou as pipocas e foi para o seu quarto. Pouco depois fui lá explicar novamente a situação e pedir desculpas. Eu me senti (e ainda me sinto) o Maior Cuzão do Universo. Ela só estava tentando agradar e queria que a gente a recebesse bem, ela queria que ficássemos felizes por ela ter trazido pipoca. Foi foda.

Quando eu já havia perdido, e aguardava o fim daquela rodada, comi mais da metade do baldão sozinho. Pura culpa, eu odeio pipoca.


Explodingdog - It was a long time ago but I still think about it...

 

01 setembro 2006

Ouviram do Ipiranga, Barra-Funda!

Ônibus, ontem à noite. Logo quando entrei, percebi que era um daqueles ônibus com saída para cadeira de rodas (eu diria deficientes físicos, mas aquilo não ajuda porra nenhuma quem está de muletas). Por isso, logo após a catraca, havia um grande espaço aberto sem nenhuma cadeira. Lá estavam um homem encostado num canto, uma mulher no outro, uma menina (de uns 9 anos) no meio dos dois e dois moleques (provavelmente sete e oito) pendurados naquelas alças que ficam presas no "varalzinho". Eles se seguravam nas alças (cada um estava de um lado) e se jogavam no outro, um tentando agarrar a cintura do próximo com as pernas. Um brincadeira bastante comum, eu faço ela até hoje (e jábrinquei disso até com diácono, dentro do metrô).

Foi divertido ficar observando as crianças se digladiado. Tudo muito bobo e inocente. Uma hora um dos meninos (um Lucas e o outro Leandro, descobri por causa das excessivas, e inúteis, broncas da mulher - sua mãe), virou para a mulher e disse: "Hoje na escola eu li 'O Rato Roeu a Roupa de Roma'". Ele não parecia muito se importar com o Rei. Daí a menina (irmã deles) disse: "O Cebolinha diz 'O Lato Loeu a Loupa do Lei de Loma'". Então o terceiro (o outro menino) disse: "Imagina se fosse O Rato Roeu a Calcinha do Rei de Roma". Eu voltei a pensar na inocência dos garotos, pois o máximo que iam seus pensamentos era até a Calcinha do Rei de Roma. Que inocência - não deles, mas minha.

Nisso já havia entrado um outro cara no busão. O cara tinha a maior pinta de Motoboy do universo (mais atéque o Rodolfo) e estava encostado entra a menina e o outro cara (que não sei quem era até agora). O Motoboy também se divertia vendo os dois duelando. Um dos meninos então começou: "Mãe, ontem a gente viu uma revista IN-CRÍ-VEL". Agora os dois falavam quase que juntos: "Nela tinha um cara que tava com o pinto...". Chacoalhões da mãe, um "Para, Lucas" e risadas mil dos três e Lucas não terminou o assunto. Eu quase me explodia de rir e o Motoboy também. Depois disso virou putaria, a putaria divertida e falsamente maliciosa da segunda série. Eles ficavam se encoxando, diziam que o outro tinha pinto magro, em vez de cantar "As Popozudas, cantavam "As Bucetudas" e um monte de besteiras. Um deles disse à mãe que queria dois ovos e uma banana quando chegasse em casa. Outra hora os dois meninos se cansaram de se bater e anunciaram: "Vamo pro forró!". Daí eles se atiraram um no braço do outro e começaram a ficar se esfregando (numa versão bem mais safada do forró que eu e o Quinho fazemos). Chegaram até a cantar a clássica "Ouviram do Ipiranga, Barra Funda/D. Pedro abaixa "as calça" e mostra a bunda". Depois eles começaram a cantar uns raps junto com o Motoboy (dim dim dom, Rap é o som). Fazia tempo que eu não me divertia tanto.

O que eu acho mais engraçado é que a gente nunca realmente sai dessa fase de putaria extremada e nonsense. É claro que a gente esconde o máximo isso, finge que é uma pessoa mais culta, mais responsável e madura, mas lá dentro a gente adoraria sair gritando "A BUCETUDAS, UH, UH". Acho que o Alessio lembra da versão que eu fiz de Vou Deixar, do Skank, a Vou Gozar. E viva falar de sexo como uma criança de sete anos, seu bando de arrombados!


"E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe" MT18:5