30 junho 2006

Vox Populi...

Certa vez o Alessio e um amigo dele foram a padaria. O amigo se dirigiu a antedente e disse: "Por favor, me vê dois pãos". De imediato o Alessio corrigiu: "Cara, não é pãos, mas pães", o que foi o início de uma calorosa discussão, que terminou da seguinte forma: ambos se voltaram para a atendente e perguntaram: "É pães ou pãos". Prontamente a atendente respondeu: "É pãos". Alessio então abaixou a cabeça incrédulo e se calou.

Ontem, numa mesa de bar, um amigo meu (que vou manter a identidade secreta para manter a integridade do mesmo, que é um grande amigo, e o meu favorito dentre os Medeiros Augusto), relembrando uma antiga discussão, me diz: "Foi você quem disse que a Esquerda é Ditadura?". "Não Quinho (ops)", respondi, "eu disse que a Esquerda é comunista". Foi então que ele disse que não, que a Direita era comunista. Foi então que uma outra pessoa entrou na conversa (que se tornou o principal assunto da mesa) e confirmou o que o Quinho havia dito. Tive então que me calar.

E não adianta reclamar, não existem argumentos contra uma maioria ignorante. Isso me deixa com medo...


Explodingdog - all my friends are dead


PS: Gostaria de explicar que o que aconteceu com o Quinho foi somente um mal entendido. Ele referiu-se a Esquerda como sendo liberal, o que originalmente realmente foi. Porém, depois da II Guerra Mundial, essa definição mudou bastante.

Demon Unleashed

Todos temos um lado sombrio. Todos, sem excessão. Todos temos um lado maligno, destrutivo, sagaz, ácido, irritado, ou simplesmente, mal. Não adianta negar, qualquer objeto exposto a luz cria sombra. Aliás, grande parte das atitudes explosivas que temos, creio eu, estão ligadas a forma como ignoramos esse nossa lado negro, esse nosso pequeno demônio pessoal (nem vou passar pelo obvio do prefixo "demo"). Da mesma forma como de gota em gota o copo transborda, engolimos tantas coisas ruins todo o dia, aceitamos tanta merda sem revidar, que chega um ponto que a pressão é tamanha que acabamos explodindo ou, o que é tão ruim quanto, implodindo. Eu pessoalmente já presencei pessoas centradíssimas tendo os mais absurdos ataques de histeria. Desculpem-me, mas tem um limite para tudo.

Certa vez uma amiga minha me contou sobre uma briga que teve com outra amiga. A outra amiga havia decidido colocar o fim na amizade, dizendo que aquilo havia sido a gota d'água. Nisso, a minha amiga comentou que a outra também tinha atitudes que ela não gostava, porém, ao invés de deixar o copo encher e transbordar, ela se livrava daquela água turva. Como uma panela de pressão, ao invés de explodir, ela se livrava do excesso que lhe fazia mal. O que minha amiga fez, foi basicamente entrar em contato com as coisas ruins, compreende-las e superá-las.

Não sei direito onde vi isso, acredito que foi em uma entrevista do Matanza. Nela, o entrevistado (acho que foi o Jimmy) disse algo sobre levar seu lado ruim para passear, ou tirar ele da coleira por um tempo, não sei. Eu gostei da idéia. Gostei da idéia de levar seu demônio para um passeio. Eu sempre tive cachorros aqui em casa, mas nenhum deles foi acostumado a sair na rua. Uma vez, ao abrir a porta para eu entrar, meu pai deixou que a Cléo e o Bacuri saíssem. Eles correram para o outro lado da rua, pura curiosidade. Mas, quando tentaram voltar, ao som dos gritos do meus e do meu pai, ambos foram atropelados. Um de cada vez. Eles morreram, e o fim sempre é trágico quando bestas trancadas conseguem escapar.

Devemos então todos entrarmos em contato com nosso querido e amado demônio. Ele, como grande parte dos medos, tem a sombra muito maior do que seu tamanho real. Há quanto tempo você se controla demais? Há quanto tempo você se priva de uma atitude realmente livre, de agir realmente conforme sua vontade? Meus caros, é somente isso que ele deseja. Tem horas que só precisamos gritar, extravassar, expressar, exorcisar. Comece aos poucos, não aceite tudo tão calado. Observe, critique, conheça. Respeito não significa inércia. Aja aos poucos, leve seu demônio para um pequeno passeio, mostre-o ao mundo. De início carregue-o a tiracolo, depois deixe-o na coleira. Quando menos perceber, ele estará andando livremente ao seu lado, tão saudável quanto interessante. Aliás, ele poderá lhe levar a lugares que você nunca conheceria sozinho. Seja amigo do seu demônio e ele se tornará uma companhia indispensável.

A idéia é simples, seja livre. Conheça a si mesmo. Você já passeou com seu demônio hoje?


Explodingdog - all hells breaking loose

 

28 junho 2006

Um assunto complicado

Este texto é uma continuação de um post da Cinderella; é um mero comentário, uma tentativa de diálogo. Comecemos onde ele termina...

Eu hein!... Você hein! Todo mundo hein!

Os relacionamentos humanos homem/mulher estão desgastados, eu diria que ultrapassados. O grande motivo do excesso de infelicidade entre os casais é simplesmente a falta de uma nova perspectiva. Precisamos de um novo paradigma, pois a necessidade de amar (e ser amado); essa, meus caros, nunca sai de moda.

Qualquer um que possua um grupo próximo de amigos, e conheça intimamente um pouco dos segredos dos integrantes desse grupo, já deve ter se deparado com alguma história de traição. Não são incomuns, os casos em que isso ocorra entre os próprios integrantes desse grupo, que se dizem amigos. Elas estão por toda a parte. Os compromissos do namoro, noivado e mesmo o casamento, não são mais respeitados, porém, ainda são seguidos e socialmente incentivados. Um adulto com mais de 30 anos solteiro é alvo dos mais diversos comentários (sendo o favorito de todos classificá-lo imediatamente como homossexual). Encaremos os fatos, para ser visto como bem sucedido na nossa medíocre classe média, precisamos ser casados e ter filhos. Somente multi-milionários bon-vivants e astros de rock tem o direito do contrário.

Então nós somos obrigados a criar uma família (nos moldes tradicionais), e, para isso, nos casamos. O namoro e o noivado, como foi muito bem apontado pelo Leósias, não passa de "estágios" para coisas maiores, compromissos maiores. Uma grande ascensão social. Mas, será que o casamento, a união para o resto-da-vida de duas pessoas de sexos opostos, ainda é necessária?

Entendam, se não fosse um negócio lucrativo, ninguém se casava. Não falo apenas de dinheiro, mas nunca me esqueço da idéia de pagamento de dote, mas sim de necessidades. O objetivo inicial dos seres é reproduzir-se e fazer com que seus genes sigam em frente, e com os seres humanos, que se dizem sapiens sapiens, não seria diferente. Aliás, isso chega até a ser uma ordem divina, segundo o Livro da Gênese (está tudo lá no Gn 1:28). Bem, se Deus mandou, está mandado, porém, algo como o crescimento demográfico desenfreado na Terra, me diz que não precisamos seguir isso tanto a risca hoje em dia. Já existem pessoas suficientes na Terra e seria realmente interessante se esse número diminuísse. "We don't need to multiply", como diria o System of a Down.

Um segundo motivo para essa formação de casais está na utilidade de cada um dos membros. Clareando um pouco as idéias: o homem traz o dinheiro e a mulher administra o lar (uma versão atualizada de: o homem caça enquanto a mulher cuida da prole). Antigamente podia-se dividir o futuro de uma mulher em três possibilidades: casar-se, virar freira ou prostituir-se. De qualquer forma, uma mulher raramente conseguia ter grande controle de sua vida. Com o homem, as coisas eram um pouco diferentes, e talvez seja por isso que um homem traído seja bem mais ridicularizado do que uma mulher. No antigo paradigma, homem e mulher se completavam para formar um time, um time que hoje em dia é desnecessário. Após a revolução sexual feminina e todas as lutas que elas tiveram que enfrentar para conquistar seu lugar, as mulheres começaram a não mais precisar de um homem para sobreviver (a não ser para trocar a lâmpada e matar baratas). Um mulher nos dias atuais, apesar das dificuldades ainda existentes, consegue muito bem ter sua própria fonte de renda e liberdade financeira. O homem tem aprendido a se virar nos afazeres domésticos e tem se mostrado excepcional nisso. Entre meus amigos é maior o número de homens que cozinham do que mulheres.

Percebam: estamos livres dessa obrigação de nos unir. Não existe nenhuma utilidade no casamento!

Até agora, acredito eu, que conseguimos entender que o casamento é uma obrigação social sem nenhuma real utilidade. Agora vem a pergunta: Nós queremos nos casar? Nós queremos nos unir a uma outra pessoa, tornando esse relacionamento único e exclusivo? Bem, a resposta varia. Para alguns a idéia é válida, para outros, não. Arrisco dizer que a maioria dos casos de infelicidade conjugal aconteça com casais que se unem por obrigação. Não digo que não aja amor entre eles, o amor pode realmente existir, mas o casamento, por ser algo forçado, acaba gastando esse amor, tornando-o inútil, como o sal que perde o gosto.

Um outro fator que julgo causar a infelicidade da maioria dos casais está nos limites. O que diferencia dois amigos de sexo oposto de um casal são é a sexualidade, ou mais profundamente, o ato sexual (pois existem casos de flertes eternos entre amigos). Sendo assim eu crio uma exclusividade pelo corpo da minha parceira, mas não necessariamente uma intimidade. E é isso que chamamos hoje em dia de amor. Honestamente, não é o sexo que torna duas pessoas cúmplices de um romance, de uma entrega, de uma vida. Sexo não é comunhão, mas as vezes, um único olhar, em meio ao silêncio, é. O grande medo dos casais não é perder o amor do seu parceiro, mas sim descobrir que outro usufruiu desse mesmo amor. Se não houvesse o medo do sexo, nenhum casal teria receio das companhias do outro (principalmente as do sexo oposto). Seria tão bom se um casal se formasse com base em outras coisas. Os poucos que conseguem, esses sim são felizes.

Eu não saberia dizer qual o grande e nobre valor que deveria unir os casais. Para falar a verdade, eu acho que o desejo e vontade de estar junto já é mais que o suficiente, sem a obrigação de um amanhã. Aliás, eu acredito que nós valorizaríamos muito mais os nossos amores, se soubéssemos que eles podem partir a qualquer momento. Agora, falar eu sei que é muito fácil. Sou escorpiano bem definido e o ciúmes e a possessividade são características fortes na minha personalidade. O medo da rejeição e da solidão me corroem a cada momento, o orgulho e o ego são meus senhores e todas minhas ações são calculadas e refletidas. Digo isso para tentar ilustrar o quão difícil para mim é acreditar, e tentar seguir, essas idéias que escrevi. Mas eu não acredito que isso seja desculpa suficiente para que eu cometa os erros que apontei. O tão comentado "amor livre" não é uma coisa fácil, não se trata de libertinagem. E é por isso que Raul já dizia:

"Sofro, mas eu vou te libertar"


Explodingdog - we are all together

The best and the last...

Hoje é quarta, dia de feira perto do trabalho. Ou seja, dia de pastel! Eu adoro o pastel daquela barraca, a massa é leve e o recheio é bem saboroso. O meu sabor favorito é frango com catupiry, uma delícia! O único problema daquela barraca é que eles sempre entregam o pastel com o recheio virado para cima, ou seja, você acaba comendo o recheio antes e depois fica com massa pura para comer.

Eu estava pensando nisso; pensando em como nós gostamos de deixar o melhor para o final e cheguei à conclusão de que víamos isso como uma espécie de recompensa pelas partes ruins. Nós queremos e desejamos que o final seja o melhor possível. Sabe, o mesmo acontece com filmes e livros: se o final é ruim, acabamos julgando todo o filme como ruim. Eu não gostava de suco de caju (ainda não sou muito fã), e isso acontecia, pois o fim do gole de suco sempre é meio amargo. Se fosse o oposto... É como diria Will: "Tudo bem quando termina bem". Mas, porque diabos isso? Não é muito mais interessante curtir o momento, seja ele como for. Minha mãe certa vez me disse que, quando criança, e ela ia viajar, uma coisa extremamente rara, tudo era motivo de festa. "A viagem", disse ela, "começava quando íamos arrumar as malas. Todo momento era curtido e vivido intensamente". Eu não consigo imaginar outro motivo para que isso aconteça além das expectativas...

A idéia original desse post era outra. E eu tinha uma continuação para o que ele acabou se tranformando. Mas, vou deixá-lo onde parei. Acho que se eu conseguir absorver realmente o que acabei de escrever, já terá sido suficiente.


Explodingdog - the beach!!!

 

27 junho 2006

Hora do lanche!


thunder mega blaster lanche by mariolo


Pão, hamburguer, ovo, bacon, tomate, alface e maionese x2. Isso sim é o que eu chamo de lanche da tarde!

 

26 junho 2006

An Inconvenient Truth - Trailer

...

Por que?

(ler ouvindo Under Pressure, se assim desejar)

Por que perdemos tempo odiando? Por que perdemos nosso tempo com intrigas, fofocas, birras? Por que diabos a maioria dos machucados são criados por nós mesmos, e exatamente porque não desejamos machucar? Por que tantas mágoas, tantas despedidas, tantos desencontros? Por favor entendam, nós só temos o agora e ainda não sabemos por quanto tempo. Sabe, nós estamos tão acondicionados a nossa existência, que nos esquecemos do quão impossível ela é. As possiblidades da criação eram infinitas, e, dentre todas elas, nós fomos escolhidos. Nós existimos e fomos agraciados com o absurdo dom da vida, nós somos, nós existimos. Então me diga: por que então se afastar? por que então ir contra a um esforço inimaginável do cosmos e de toda a criação? Por que não ser feliz? Por que não viver? Eu sei que é assustador, eu sei que é muito mais fácil se afastar do que ousar ir além. É difícl permitir ser invadido, é difícil se mostrar vulnerável. É difícil, mas foi isso que nos fez chegar até aqui. É isso que nos impulsiona, é isso que nos faz vivos.

Entendam, escutem meu apelo: Nós só temos essa vida e não sabemos por quanto tempo. Por que não, por mais cafona que a palavra soe, amar?

"This is our last dance,
This is our last dance"
- Queen & David Bowie, Under Pressure


Explodingdog - I never want to be without you

 

24 junho 2006

Quem paga o pato?

Madrugada de sexta para sabado, 3:40 da manhã. Chego na minha rua com o Gustavo e o Quinho e o que encontro?



DOIS PATOS!

Logo depois surgem 4 motos na contramão e param onde estávamos e olham para a gente por um longo período de tempo (os 10 segundos mais longos da minha vida). Então pergunto se os patos são deles. Eles dizem que os patos estão perdidos e que vão levá-los para uma chácara. Peço para tirar a foto e logo após sigo para minha casa ao som dos patos quaquejando.

Bem, depois dessa eu vou dormir.

 

23 junho 2006

Chegou!!!


boneco do NoNaMe e cobertor ao fundo vendidos separadamente

Sim, meu Complete Peanuts vol1, chegou hoje. Aguardem reviews, teasers, spoilers e outras expressões em inglês perfeitamente traduzíveis, mas utilizadas porque o marketing assim o quis.

Brasil 4 x Japão 1

Certa vez os caras do banco resolveram alugar uma quadra para a gente jogar futebol. Eu foi somente para completar o time (e ainda tive que chamar o Gustavo), pois não gosto e nem sei jogar futebol. Confesso que foi divertido, mas a minha (falta de) habilidade não me permitiu fazer nenhum gol. O meu futebol foi motivo tão grande para piadas, que todos do meu time resolveram que eu tinha que fazer um gol. Foi então que começaram a passar a bola para mim toda vez que chegávamos à área. Ontem, durante o jogo do Brasil, não sei porquê, lembrei-me desse ocorrido.

Ah! Parabéns Ronaldo pelos dois gols!


Rrrrroooooooooonnnaaaaaldiiiiiiiiiiinho

A gente não quer só comida...

Eu pego meu segundo ônibus para voltar para casa na rua Barão de Iguape, em frente ao restaurante chinês Royal Garden. Todo dia eu vejo grupos de pessoas jantando no restaurante, mas somente hoje eu percebi: faz mais de uma decada que não saio para jantar! Não estou falando em comer fora, comer na rua, mas sim sair para jantar. O ritual completo de um jantar, a escolha, a espera pelo prato, garçons e gorjetas. Eu só como em lanchonetes e, no máximo, em rodizios. Isso não é sair para jantar. Sabe, eu vou ao cinema, teatro, shows, convenções, palestras, exibições, performances, saio para passeios no parque, vou a parques de diversão, na casa de amigos, baladas mil, mas jantar, nunca! Eu acredito que isso tenha a ver com o meu costume de não valorizar a comida. Eu normalmente como apressado e sem sentir o gosto do alimento direito. Aliás, percebam, eu disse alimento e não comida. Eu como para me manter em pé, não por prazer. Ok, não é tão extremo assim, mas eu troco comer por praticamente qualquer coisa. O engraçado é que eu fico muito mal humorado quando tenho fome, porém, isso ao invés de me deixar com desejo pela glutonice, me faz ficar com mais raiva ainda da comida. Sei lá. Eu gostaria que fosse diferente, gostaria de aproveitar mais minha vida gastronômica.

Certa vez, em um programa já extinto da mtv, perguntaram para Caetano Veloso, se ele sentia prazer ao comer. Ele respondeu: "Quando eu era mais novo, não. Mas agora eu sinto prazer sim". Espero que comigo aconteça o mesmo.


Explodingdog - when I am sad, I eat a cookie

 

21 junho 2006

Magnólia:

Um filme sobre um bando de gente realmente fodida da cabeça.

Não temos uma trama envolvente aqui, somente histórias de diversas personagens se cruzando em um dia. O grande vilão aqui é o passado, que mantem todas aprisionadas e interliga todos os destinos. Em primeiro lugar temos um produtor de televisão em estado terminal com câncer na cabeça (e em outro lugar que não me recordo). Em seu último desejo, pede ao seu enfermeiro (particular) que contacte seu filho, afastado a diversos anos. O filho do Produtor abandonou seu nome de batismo e se tornou um guru masculino. Suas palestras e livros ensinam homens derrotados a conquistarem as mulheres (dominar a xoxota - tame the cunt, no original) ao invés de serem apenas amigos delas. O motivo de ele ter abandonado seu nome de batismo é por não mais desejar ter nenhum contato com o pai, que abandonou-o e sua mãe quando essa estava doente de câncer. Nessa época, o Guru tinha apenas 14 anos. Mais tarde descobrimos que o Produtor encontra-se realmente amargurado e arrependido do que fez, pois considera a mãe do Guru seu verdadeiro e único amor. Amor que ele destratou e traiu (sim, fisicamente falando). Junto também do Produtor, temos sua jovem mulher. Ela revela ao advogado da família que nunca amara o Produtor até ele adoecer, quando realmente começara a desenvolver um afeto por ele. Ela pede para ser removida de seu testamento, pois não se julga merecedora de nada que venha dele, pois tivera diversos casos no passado, durante o casamento. Ela compra diversos medicamentos para o marido e acaba se drogando com eles, tentando esquecer.

O grande trunfo do Produtor é um programa de perguntas e respostas no qual três crianças desafiam três adultos. O apresentador desse programa é o homem que detem o recorde de maior tempo no ar. O Apresentador está com câncer (sim, todos tem câncer nesse filme) e tenta se reconciliar com sua filha. Sua filha é uma viciada em cocaína que não se julga boa o suficiente para ser amada por ninguém. Ela enxota seu pai e diz que o quer ver morto. O motivo de tanto ódio? O Apresentador molestava sua filha quando pequena. Pelo que parece, a Filha ainda não superou o trauma, daí seu vício e sua falta de amor-próprio. Há também a mulher do Apresentador, que passa grande parte do filme ao lado do marido, até descobrir a verdade, abandoná-lo e ir ao encontro da filha.

Desse programa que o Apresentador anfitria, temos duas personagens: o antigo campeão do time das crianças, nos anos 60, e o atual campeão mirim, a duas semanas do recorde. O Antigo Campeão encontra-se trabalhando em uma loja de eletrônicos. Incompetente, ele logo é demitido e não consegue dinheiro para realizar seu sonho: colocar aparelho nos dentes. Sua arcada dentária é perfeita, porém ele deseja colocar os aparelhos para atrair a atenção do barman, que usa aparelho nos dentes, de uma espelunca que freqüenta. O Antigo Campeão é apaixonado por esse barman e tenta nele suprir toda a carência que teve quando criança e jovem prodígio. Todo o dinheiro que ganhou ficou retido com seus pais (pelo que parece, cem mil dólares - valor do cheque gigante pendurado na parede de sua casa) que nunca retribuíram seus esforços com o carinho que ele necessitava, mas sim com maiores pressões e cobranças. O Atual Campeão encontra-se na mesma situação, porém somente vive com seu pai. O drama do garoto durante aquele dia vem da sua vontade de ir ao banheiro durante o programa, vontade essa que todos ignoram e reprimem nele, até ele não agüentar mais e se urinar todo. De todas as personagens, o Atual Campeão, a mais jovem das personagens, é o único que se ergue e se rebela, através dum discurso em rede nacional durante o programa. Não sabemos se teve muito sucesso.

E finalmente temos a história do Policial Solitário. Ele fora casado três anos atrás e após isso nunca mais conseguiu encontrar ninguém para dividir sua vida. Ele participa daqueles bancos de dados para encontro por telefone e passa a maior parte do sem tempo em sua viatura falando consigo mesmo. Medíocre como policial, sua falta de pulso faz com que seja ridicularizado em certa parte do filme, quando perde sua arma. Ele acaba conhecendo a Filha do Apresentador e ambos se apaixonam. O relacionamento é conturbado devido aos problemas que a Filha do Apresentador tem (a questão do abuso pelo pai), mas o desejo do Policial de que o relacionamento dê certo faz com que tudo funcione ao final.

Ah, e é claro, temos a chuva de sapos.

Em grande resumo, Magnólia não é um filme que eu recomendo. Além de ser muito grande (177minutos) e repetitivo, esse é um filme que não fará nada bem para qualquer pessoa que esteja passando por uma fase deprê, ou pessoas que tem uma visão mais negativa do mundo. Para as pessoas felizes e satisfeitas, o filme não passará de uma grande perda de tempo. Honestamente, Magnólia é uma novela mexicana com um falso aprofundamento psicológico. Se alguém quer curtir uma obra psicológica de verdade, leia "Breve Romance de Sonho", de Arthur Schnintzler. Dizem que foi essa obra que inspirou o filme "De Olhos Bem Fechados", que eu ainda não vi, por isso não sei dizer.

O que podemos aprender com Magnólia:
1   Todo mundo morre de câncer.
2   Todos os arrependimentos estão ligados ao sexo.
3   Os pais fodem as vidas dos filhos.
4   Chuvas de sapo são uma ótima confirmação de que o filme é ruim.

Quem quiser se arriscar:


    Magnólia
    (Magnolia, 1999)
    Gênero: Drama
    Duração: 177 min
    Origem: EUA
    Estúdio: New Line Cinema
    Direção: Paul Thomas Anderson
    Roteiro: Paul Thomas Anderson
    Produção: Paul Thomas Anderson, Joanne Sellar

 

20 junho 2006

Rascunho

Em sites de desenhos, vira-e-mexe, o autor coloca alguns scketches entre seus desenhos finalizados, só por diversão mesmo. Ontem eu tive um idéia legal para um post, mas ainda não a desenvolvi. Foi então que resolvi colocar somente o rascunho dela aqui, só por diversão mesmo. Aí vai:

Idéia...

Quase vomitei no banheiro e imaginei-me tendo que passar o resto do dia fedendo a vômito. Pensei em como sinto-me mal quando estou com algum cheiro ruim e tenho que me socializar, como eu odeio estar com mau hálito e ter que conversar. Depois imaginei como devem sentir-se os mendigos que percebem que seus cheiros pioram a cada momento, como deve ser ruim para eles que se afastam cada vez mais da sociedade. Então veio-me a idéia da contradição, dos mendigos que não se importam com seu cheiro e nem em socializar-se com os outros. Lembrei-me da Rose (a Mindy, a mendiga) e em todas as vezes que percebi que ela havia tomado banho na torneira da pia do banheiro da igreja... Sim, os mendigos querem recuperar sua sociabilidade.


E já que hoje é o dia dos scketches toscos mesmo, vai aí um desenho da mindy, que fiz ano passado, num momento de ócio no BB:


Mário Henrique - Mindy ama Noname

Tipo Matrix?

preâmbulo (clique para ampliar):


Eis uma das grandes verdades do mundo: toda a metafísica passou a ser rotulada como algo "tipo matrix" depois que esse filme foi lançado em 1999. Não adianta, qualquer visão um pouco mais criativa da realidade é logo rotulada como "tipo matrix". Que raiva. Eu com nove anos de idade jáimaginava que estávamos todos em outro lugar e que tudo o que vivíamos não passava de um grande sonho. Eu pensava isso, pois percebi que quando sonhamos não temos consciência disso e tomamos tudo como real. Algo realmente interessante para uma criança de nove anos, mas realmente básico para qualquer pensadorzinho de esquina. Aliás, essa idéia é apresentada nas Meditações Metafísicas do Descartes, escritas há mais de três séculos. Desculpem-me, mas Matrix não passa de um filmezinho medíocre com uma série de idéias copiadas e mal trabalhadas. Nada original. Para mim Matrix éum daqueles filmes "tipo Highlander", tinha tudo pra dar certo, mas conseguiram cagar.

 

19 junho 2006

Boa Companhia

Ele era um cara interessante, realmente divertido e carismático. Com ele podia-se conversar sobre qualquer assunto. Não que ele realmente entendesse de tudo, mas ele tinha uma qualidade rara nos seres humanos: ele sabia escutar. Qualquer momento ao seu lado era especial. Sempre educado e bem disposto, ele sempre era convidado para festas e saídas. Todos queriam sua companhia e seus fins de semana eram mais cheios de compromissos do que os de celebridades da tevê. Aliás, em breve ele começou a aparecer nas colunas sociais, pois estava realmente por toda a cidade. Por ser um cara nada arrogante, nunca teve inimigos e, se alguém não gostava dele, disfarçava muito bem, pois não há notícias sobre isso. Sua companhia era tão prezada por todos que até ele próprio começou a apreciar sua companhia. Aliás, com o tempo ele começou a se enjoar das pessoas ao seu redor, pois nunca eram mais interessantes do que ele mesmo. As pessoas o entediavam e ele começou a sentir ciúmes de si mesmo, não desejando compartilhar sua companhia com mais ninguém. Foi mais ou menos nesse tempo que resolveu mudar-se para as montanhas e viver sozinho como ermitão. Ele morreu décadas depois, isolado, solitário, mas feliz.

Cada coisa que a gente vê por esse mundo, não?


explodingdog - the day after the storm


"Take care of those you call your own, and keep good company"
- Queen, Good Company

 

14 junho 2006

Quote

Neste site aqui, encontrei a seguinde citação:

"Escreva um ditado sabio e seu nome viverá para sempre"
- Anonimo

Isso não é muito irônico?


Explodingdog - i am so smart

 

12 junho 2006

Masturbate for peace!


E por que não?

Mais em: http://www.masturbateforpeace.com

PS: Apesar que eu ainda prefiro praticar em duplas...

 

10 junho 2006

Ovo de Colombo

Mais um pouco de YouTube pra vocês. Porém, dessa vez coloco um vídeo que eu fiz junto com a Mara. É uma animação bem simples, mas ficou bem legal.

 

06 junho 2006

Querer bem, meu grande mal

Acabei de escrever isto, no meio do expediente. Não tive muito tempo para refletir sobre o assunto. É algo nu e um pouco cru, mas muito verdadeiro...

Existe uma sutileza nos relacionamentos humanos que poucos conseguem enxergar. É certo que tudo referente a relacionamento é carregado de sutilezas, mas esta que pretendo apresentar nestas linhas é uma daquelas que julgo de suma importância para o nosso desenvolvimento como pessoa.

Existe uma diferença entre querer ver alguém bem e ajudá-lo que, ao primeiro contato parece algo insignificante, mas essa diferença torna-se abismal quando percebemos que é nela que encontramos as nossas verdadeiras intenções em uma amizade.

Querer ver uma pessoa bem, é querer vê-la feliz, alegre. Ver uma pessoa livre, ao menos que aparentemente, de seus problemas. É o estilo livre-leve-solto dos livros de auto-ajuda. É o caminho fácil. Um dos problemas de quem age dessa forma é a falta de paciência. Se alguém que lhe quer ver bem percebe que você está amargo, provavelmente se afastará de você, dizendo que você está chato e bicudo (cada um tem um termo para isso, eu gosto de bicudo). Querer ver alguém bem, é querer um boa companhia, é estender o braço para alguém, para que ela possa voltar para a brincadeira. Não é algo ruim, mas nem sempre é isso que precisamos. Querer ver alguém bem é algo bom, principalmente para quem estende a mão.

Agora, ajudar alguém não significa tirá-lo do buraco. Ajudar realmente é conhecer as necessidades de uma pessoa e buscar serví-la da melhor maneira possível. Entenda, ninguém pode resolver os problemas dos outros. Podemos facilitar o percurso, retirar pedras do caminho (ou as vezes até colocá-las, tudo depende...). AJudar alguém é fazer o que for necessário para que a pessoa supere suas dificuldades e torne-se alguém melhor. Muitas vezes o silêncio é só o que precisamos. As vezes precisamos partir. Outras vezes estender a mão realmente basta. A diferença entre querer alguém bem e ajudá-lo não está no que se faz para essa pessoa, mas sim nos nossos interesses.

Quanto mais queremos alguém para nós...


Explodingdog - I Only Have One

 

05 junho 2006

Dancem Macacos, Dancem

Pensem macacos, pensem.

 

04 junho 2006

Um pouco sobre o valor das palavras e muito sobre meu mau humor

Houve um tempo em que agi de forma diferente. Houve um tempo em que eu não havia ainda aprendido o verdadeiro valor de um compromisso. Não o digo que o sei completamente agora, mas tenho bem mais consciência disso hoje do que tive algum dia. E é por isso que me irrita tanto encontrar pessoas em que esta qualidade falta.

Seja seu sim, um sim; seu não, um não. Não há como ser de outro jeito. O valor de uma pessoa está no peso de suas palavras. Como confiar, como acreditar, como respeitar alguém que simplesmente acredita que não precisa cumprir o que prometeu? "What good are your promises if you can always take them back?", diz uma música do Savatage, e eu não consigo fazer outra coisa a não ser consentir. Sei que muitos já entenderam o sentido deste texto e que ele poderia se encerrar agora, porém, vocês também já devem ter percebido que o que desejo aqui não é dissertar sobre uma idéia, mas simplesmente desabafar. Não posso dizer que essa minha indignação tenha um único rosto, mas muitos. Sei que alguns, ao lerem isso, verão o meu rosto. Muitos se lembrarão de vezes em que eu fui irresponsável e não cumpri o que havia dito. Isso é passado e sou uma pessoa diferente agora. Sei também que deveria ser mais paciente e entender essa falha, uma vez que eu mesmo já fui muito intimo dela. Sei sim dessas coisas e de muitas outras que deveriam me impedir de me zangar. Mas elas não impedem e, não é por não ter atingido o Nirvana, ou qualquer outro tipo de iluminação plena, que eu não posso reclamar dos erros dos outros. Aliás, é exatamente por isso que devo reclamar.

Mumble mumble mumble jumble. E eu fico aqui dando voltas. Eu ainda tô puto, mas acho que o que quero dizer mesmo é que, atualmente, eu prefiro um não certo que um sim incerto. E tenho dito!


Mark Dancey - Why Hitler Lost


Não custa tentar

afkshabfsa gfabvkjbagskfas
fsahfasvfashfnashlfnlkashflas
fhkas fvcas tgvalew853685a3
v252aagv j28 p12 vafaw fwaf
b5325v21asf jaç3v9585vm82390


É, não adianta... eu não sei fazer o código que vai me tranformar em Freakazoid.

 

03 junho 2006

Consumista

Comprei sim tá, e daí? Agora eu tô ferrado pelo resto do mês, mas comprei mesmo!



Agora só faltam 12!